sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Reflexo

Uma noite dessas sonhei com um rosto. Nem bonito, nem feio. Nem meigo, nem duro. Nem jovem, nem velho. Apenas um rosto. Familiar, porém completamente distante.
Como um encantoseus olhos me atrairam. Neles pude ver algo mais, um a centelha de uma coisa que não conseguia explicar oque era. No fundo dos grandes olhos castanhos orbes havia um segredo indecifrável.
E naqueles mesmos olhos tão profundos vi uma manininha meiga, com aparência sonhadora e alegre. A criança sorria, provocando uma certa nostalgia estranha em mim. Eu a conhecia, tinha certeza. Ao constatar isso u sentimento de afeto nunca antes provado veio á tona. Um sentimento protetor, quase maternal. Uma necessidade linda de amá-la e prepará-la para ser grande.
E nos olhois inocentes da menian mais uma por ta se abriu, e por entre ela vi uma garota, que ria divertida. Convicta e segura, parececia emanar segurança, mas sabia, não sei como, que no fundo aquela era apenas um fragmento minúsculo da realidade. Ela não era nem de longe tão forte quanto aparentava, e mesmo assim, quis ser como ela.
E por trás dos olhos brilhantes da jovem, vi mais um rosto. Uma mulher decidida, batalhadora. Uma mulher que poderia carregarpodria carregar o mundo nas costas, sem nunca se cançar. Que não desistiria nem na pior das situações de proteger o que ama e acredita, mesmo que custasse sua vida. Uma sensação de conforto e segurança me inundou, junto com a admiração
Pouco a pouco, o sonho foi acabando, todos aqueles rostos tão facinantes, tão parecidos, sumindo.
Acordei me sentindo estranha, com um sentimento inexplicável em meu peito. Levantei ne me olhei no espelho, distraída. Vi uma garota normal, como tantas por aí, e mesmo assim, completamente diferente. Mas nos seus olhos me intrigaram: neles todos aqueles rostos viviam, escondidos no meu sonho.
Me distanciei , boquiaberta e voltei a ver apenas eu. Descobrira que ela era na verdade a imagem invertida de um espelho. Todas aquelas eram uma só. A mesma. Menina, garota e mulher. Corpos diferentes, a mesma alma. Todas estranhamente interligadas. Todas eu e apenas eu.

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