Mais uma noite de solidão. Estava no sofá assistindo TV enrrolada no edredom, lamentando ter me apaixonado quando a campainha tocou.
Fui atender, tentando afogar a esperança que cresceu de repente. Não podia ser ele. Eu não queria que fosse ele. Me enganei. Eu queria.
Abri. ERA ele. Meu coração se encheu de alegria, que logo foi ofuscada pelo pezar. Meu pior pesadelo e meu maior sonho. Juntos, no mesmo corpo encharcado.
Milhares coisas passaram pela minha cabeça. Mais espasmos do que achei que um ser humano era capaz de fazer numa vida toda alconteceram apenas no momento em que o vi. Por que ele estava ali? Não entendeu o " nunca mais" que ele mesmo disse naquele maldito dia? Por que eu estava tão feliz? Por que não bati a porta? Por que senti o desejo só de estar em seu braços subir por cada terminação nervosa do meu corpo? Por que aquilo tinha que acontecer? Por que não me apaixonei por outro? Por que justo ELE?
- Olha, me desculpe. Eu errei. Eu tô arrependido. Mesmo. Esquece o que eu te falei, ta? EU nunca iria querer outra que não fosse você. Eu... não importa. Eu te amo!
Não pensei em respostas. Para quê? Tudo o que eu queria estava ali, na minha frente. Mas elas vieram de repente, assim que ele terminou de falar.
- Minha vida seria um saco sem você.
E o beijo saiu assim.
Limpo. Fácil. Um bálsamo que uniu todos os pedaços do meu coração apaixonado, agora novamente pulsando. Assim como o nosso amor.
Bem, só quem nunca amou (e sofreu por um amor), é que não sabe o que esta escrito. Ah, o Amor, tão límpido, claro, pálido e colorido, os odores, tão inodoro, tão incolor, tão alegre, tão triste, mas é assim, pois é Amor. Um sentimento que não adianta Filosofar, é abstrato, tão rápido e demorado ao mesmo tempo, quase insuportável quando não vivido e quase insuportável quando é sofrido. Não mensurável, não estável, às vezes improvável, afinal é o Amor. Ah, como é bom Amar.
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